terça-feira, 11 de dezembro de 2012

A Fauna Cabo-Verdiana


A fauna cabo-verdiana é constituída principalmente por animais domésticos, aves, pequenos répteis, besouros e insetos endémicos.
Existem cerca de cento e cinco espécies de aves terrestres e marinhas sendo vinte e quatro espécies endémicas e as outras migratórias, da África e da Europa, como a garça-real. Uma boa parte das aves é marinha, construindo os seus ninhos em ecarpas ao redor das ilhas e ilhéus, por exemplo a Garça-vermelha e o Milhafre.
Garça-real


Garça-vermelha


Milhafre


Entres os répteis temos as lagartixas e os lagartos, por exemplo, o Macroscincus coctei (lagarto gigante) que pode atingir 50 cm de comprimento, é uma espécie muito rara e com grande risco de extinção.
Lagarto gigante


Por ser um conjunto de ilhas os animais marinhos são bem diversificados, Cabo Verde alberga 674 espécies de peixe, é considerado um dos três melhores locais do planeta para apanhar o espadarte azul do atlântico, que pesa em média entre 90 e 150 kg, sendo também um bom lugar pra apanhar outras espécies como o peixe-serra e outros da família do tubarão. Várias espécies de peixes podem ser vistas em diferentes épocas do ano como o dourado, salmonete, esmoregal, pargo, mero, moreia, taínha, cherne, atum, golfinhos, cachalote, orcas e baleias. Tendo também um grande número de crustáceos distinguindo-se as lagostas, presentes em duas espécies: Palinuridae (a lagosta rosa, verde e marrom) e a Scyllaridae (lagosta de pedra) e dois grupos de camarões, camarões de zonas costeiras e camarões de profundidade.
Espadarte Azul do Atlântico: 


Peixe-serra


Moréia Verde


Baleia Cachalote


Scyllaridae (lagosta de pedra)


Por trás dos promontórios é possível se avistar tartarugas gigantes, que estão em perigo de extinção e que desovam na ilha do Maio. Em Cabo Verde existem cinco espécies de Tartaruga: “Chelonia mydas” (Tartaruga verde), “Caretta Caretta” (Tartaruga Cabeçuda), “Eretmochelys imbricata”(Tartaruga-de-pente), “Lepidochelys olivacea” (Tartaruga oliva) e “Dermochelys coriacea” (Tartaruga-de-Couro). A partir de Junho e Julho elas procuram as praias Cabo-Verdianas para desovar os ovos que eclodem de Agosto até ao mês de Dezembro. As ilhas da Boavista, abrigam a maior parte destes animais enquanto o restante se abriga pelas ilhas do Sal, Maio, Santiago e São Vicente.
Tartaruga Verde


Tartaruga Cabeçuda


Tartaruga-de-Pente


Tartaruga Oliva


Tartaruga-de-Couro


Fontes: 



segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

E agora, à cozinha!


Assim como os cariocas, o povo Cabo-verdiano é famoso pela sua alegria, hospitalidade e suas festas. Alguns pratos são feitos somente em festas populares, deixando aquele gostinho de quero mais.
Os Cabo-verdianos utilizam muito o arroz e o feijão, assim como nós, os brasileiros, estando também muito presente em seus cardápios o milho, pão, frutas, leite, café e os frutos do mar, mais utilizados do que a as carnes por serem mais baratos, estão presentes em grande variedade, por exemplo, lagosta, perceves, lapa, búzio, atum, fresco, cozido em caldeirada, cebolada ou grelhado, porém, a carne de porco, com milho, feijão, mandioca e batata-doce também é um prato muito famoso.

O prato mais conhecido de cabo verde é a Cachupa, tendo sua versão rica, feita pelas pessoas de renda mais alta que tem dinheiro para comprar todos os ingredientes, inclusive as carnes, que são muito caras em Cabo verde e sua versão pobre, feita pelas pessoas com uma renda mais baixa, que fazem sua versão simplificada.


Preparo Segundo o site:
http://www.embcv.org.br/portal/modules/mastop_publish/?tac=Gastronomia
“Coloca-se numa panela a carne em pedaços, o bacon, um pé de porco e os chouriços, pimenta, sal ou caldo de carne. Na panela de pressão coloca-se, durante meia hora, os grãos de milho e os feijões cobertos com água, uma cebola, um fio de azeite, uma folha de louro e sal. Depois, numa panela maior, colocam-se os feijões com o milho, cobre-se com água e põe- se no lume a ferver. Acrescenta-se então a carne marinada. Quando tudo está quase cozido, acrescentam-se as batatas e a couve. Terminado a cozedura, deixa-se repousar por alguns minutos e está pronto para ser servido. A cachupa, que deve ficar um pouco líquida, é prato único.
Ingredientes:
4 xícaras de milho batido 200; gr de feijão 200; gr de carne bovina300;
gr de pés de porco200; gr de bacon; 2 batatas grandes; 4 chouriços;  2 mandiocas;
2 batatas doces; 200 gr de couve; 2 xícaras de milho batido;
200 gr de feijão; 200 gr de carne bovina; 300 gr de pés de porco; 200 gr de bacon;
2 batatas grandes;  4 chouriços;  2 mandiocas;  2 batatas doces; 200 gr de couve;
2 cebolas ;   2 folhas de louro;  2 dentes de alho;   azeite a gosto; sal e pimenta q. b.”


A Canja de Galinha é feita raramente, somente em grandes ocasiões devido ao preço alto da galinha em Cabo Verde. Quando uma pessoa fica doente, a sua família se reúne para conseguir uma galinha a fim de fazer a famosa canja, costume também adotado aqui no Brasil. A Canja está presente na noite do guarda cabeças assim como na véspera dos mortos.



Preparo Segundo o site:
http://www.embcv.org.br/portal/modules/mastop_publish/?tac=Gastronomia
“Corta-se a galinha em pedaços pequenos e lava-se com água e sal. Coloca-se então numa panela, durante umas horas, com uma marinada de sal, alho em pedacinhos, cebola, azeite, cubo de caldo de carne e louro. Coloca-se tudo na panela, leva-se ao fogo para tomar sabor e acrescenta-se água suficiente para fazer um caldo consistente de arroz. Quando começar a ferver, acrescenta-se o tomate em pedaços e a pimenta. Se resultar muito líquido, deixa-se restringir o caldo aumentando o fogo. O segredo está em saber dosar a água com o arroz. Serve-se numa tigela com um raminho de salva e para quem gostar, acrescenta-se mais pimenta.”

O caldo de peixe se prepara de tempos em tempos e muitas vezes substitui a canja. Cada um tem o seu peixe preferido, porém, nem todos os peixes são bons para o preparo desta sopa. Quando alguém bebe demais, para passar o efeito do álcool toma um caldo de peixe bem picante.


“Tempera-se o peixe com alho, azeite, sal e louro. Numa panela grande coloca-se a cebola cortada em rodelas, o alho, o louro, a pimenta, os tomates em pedaços, a salva e o azeite. Deixa-se refogar e acrescentam-se as batatas, a mandioca, o inhame e a abóbora cortada em cubinhos. Deixa-se ferver um pouco para pegar sabor e coloca-se água suficiente para cobrir tudo abundantemente. Quando todos os ingredientes estiverem quase cozidos, acrescenta-se o peixe. Quando o peixe também estiver cozido, se o caldo estiver muito líquido, prepara-se à parte uma colher de farinha diluída num pouco de caldo e acrescenta-se sempre com uma colher de pau para não grudar. O caldo pode ser acompanhado, no mesmo prato, por arroz branco, ou então com papas de milho, que é o que prefiro.”

Também são indicados o xerém, o cuscuz de farinha de milho com mel de cana e os pastéis de milho,  com certo cuidado o grogue local e o ponche. Normalmente os pratos são acompanhados de cerveja local, sucos de frutas, doces e um café cabo-verdiano.


xerém


cuscuz de farinha de milho com mel de cana

pastéis de milho


grogue local


ponche


domingo, 2 de dezembro de 2012

Histórico da Língua



                              
                          Histórico da Língua 
   A língua oficial de Cabo Verde é o Português. Porém, a comunicação  feita entre o o povo faz-se  em caboverdiano (crioulo). Meio que uni todos os caboverdianos, este código foi feito pela união  do português com as línguas das costas da Guiné. O caboverdiano foi desde cedo uma língua franca sendo que, desde o século XVI se expandiu para a costa africana onde se comerciavam vários produtos. O crioulo foi utilizado como língua de ensino (catequização de escravos), pelas próprias instituições religiosas portuguesas. De onde se conclui da sua importância, desde muito cedo ,Cabo Verde, inserido na comunidade de língua portuguesa, obviamente fez uma opção clara de união e de estreitamento de relações entre falantes do mesmo código .
      A história do crioulo cabo-verdiano é difícil de traçar devido, primeiro, à falta de registos escritos desde a formação do crioulo, segundo, devido ao repudio  que o crioulo sofreu durante a administração portuguesa.
      Existem presentemente três teorias acerca da formação do crioulo cabo-verdiano:
1. A teoria eurogenética defende que o crioulo foi feito pelos  portugueses,  de modo a torná-la acessível aos escravos africanos. É o ponto de vista de alguns autores como Prudent, Waldman, Chaudesenson, Lopes da Silva.
2. A teoria afrogenética defende que o crioulo foi formado pelos escravos africanos, usando como base as gramáticas de línguas da África Ocidental, e substituindo o léxico africano pelo léxico português. É o ponto de vista de alguns autores como Adam, Quint.
3. A teoria neurogenética defende que o crioulo formou-se pela população nascida nas ilhas, de forma espontanea, população nascida nas ilhas, aproveitando as estruturas gramaticais inatas com as quais todo o ser humano nasce. É o ponto de vista de alguns autores como Chomsky, Bickerton, que explicaria porquê que os crioulos localizados a quilómetros de distância apresentam estruturas gramaticais similares, mesmo sendo de base lexical diferente. O melhor que se pode dizer é que nenhuma dessas três teorias foi concludentemente provada.
  Segundo A. Carreira, o crioulo cabo-verdiano ter-se-ia formado a partir de um pidgin de base lexical portuguesa, na ilha de Santiago, a partir do séc. XV. Esse pidgin seria depois transposto para a costa
Ocidental da África através dos lançados. A partir daí, esse pidgin teria divergido em dois proto-crioulos, um que estaria na base de todos os crioulos de Cabo Verde, e outro que estaria na base do crioulo da Guiné-bissau.
 Cruzando documentos referentes à colonização das ilhas com a comparação linguística é possível conjecturar algumas conclusões. A propagação do crioulo cabo-verdiano nas diversas ilhas foi feita em três fases: Numa primeira fase foi colonizada a ilha de Santiago (2.ª metade do séc. XV), e em  seguida a do      Fogo (fins do séc. XVI).
  Numa segunda fase foi colonizada a ilha de São Nicolau (sobretudo na 2.ª metade do séc. XVII), e em seguida a de Santo Antão (sobretudo na 2.ª metade do séc. XVII). Numa terceira fase, foram colonizadas as restantes ilhas a partir de populações originárias das primeiras ilhas: Brava foi colonizada a partir de populações do Fogo (sobretudo no início do séc. XVIII), Boa Vista foi colonizada a partir de populações de São Nicolau e Santiago (sobretudo na 1.ª metade do séc. XVIII), Maio foi colonizada a partir de populações de Santiago e Boa Vista (sobretudo na 2.ª metade do séc. XVIII), São Vicente foi colonizada a partir de populações de Santo Antão e São Nicolau (sobretudo no séc. XIX), Sal foi colonizada a partir de populações de São Nicolau e Boa Vista (sobretudo no séc. XIX).
      O crioulo caboverdiano reveste-se também de importância para o estudo diacrónico da língua portuguesa pelo fato do crioulo ter conservado algum léxico, alguma fonologia e alguma semântica do português dos sécs. XV a XVII.
      Apesar do tamanho territorial ser pequeno as nove ilhas desenvolveram uma forma diferente de falarem o crioulo . Cada uma das formas é justificadamente um dialecto diferente, mas os académicos em Cabo Verde costumam chamá-las de «variantes».
     Essas variantes podem ser agrupadas em duas grandes variedades. A Sul temos a dos de Sotavento que engloba as variantes de Brava, Fogo, Santiago e Maio. A Norte temos a dos de Barlavento que engloba as variantes de Boa Vista, Sal, São Nicolau, São Vicente e Santo Antão. As autoridades linguísticas em Cabo Verde consideram o crioulo como uma língua única, e não como línguas diferentes.
    As variantes mais importantes de um ponto de vista linguístico são as de Fogo, Santiago, São Nicolau e Santo Antão, e qualquer estudo profundo do crioulo deve ter em conta pelo menos estas quatro variantes. São as únicas ilhas que receberam escravos diretamente do continente africano, e são as ilhas que possuem características linguísticas mais conservadoras e mais distintas entre si.
   De um ponto de vista social as variantes mais importantes são as de Santiago e São Vicente, e qualquer estudo l do crioulo deve se levar  em conta pelo menos estas duas variantes. São as variantes dos dois principais núcleos urbanos (Praia e Mindelo), são as variantes com maior número de falantes.

sábado, 1 de dezembro de 2012

Ilha do Fogo e Ilha da Boavista



Ilha do Fogo


       Originalmente chamada São Filipe, a ilha do Fogo tem agora um novo nome devido ao seu vulcão, que é famoso por ter um dos cones mais perfeitos em todo o mundo.



      A cidade de São Filipe é a capital da ilha. Os visitantes podem apreciar os elegantes sobrados construídos sob a influência arquitetônica colonial portuguesa.


      A ilha do Fogo é famosa pela produção do afamado café di Fogo, considerado um dos melhores do mundo. Paralelamente à produção do café, surge a produção da uva, em plena cratera do vulcão. Esta uva é usada essencialmente na produção do vinho local “Manecon”, muito apreciado por não conter produtos químicos na sua composição. Um souvenir obrigatório para quem visita esta ilha.


      Mas a maior atração turística da ilha do Fogo é sem dúvida o seu vulcão. A escalada até ao topo demora pouco mais de quatro horas. Atingindo uma altitude de 3000 metros, a vista a partir do topo do vulcão é uma das mais espetaculares de Cabo Verde.


Ilha da Boavista




      Boavista é a ilha das dunas, paradisíaca e tropical, de beleza única. O extenso areal que contrasta com o mar azul turquesa com águas quentes durante o ano inteiro, e as tamareiras e acácias dominam a paisagem exótica. As praias da Boavista podem ser consideradas das melhores do mundo e oferecem condições ideais para a prática de desportos náuticos.


      A ilha da Boavista é também conhecida como “viveiro de músicos". De fato, a expressão máxima da música nacional nasceu na Boavista: a morna. Serenatas e música ao vivo (tocatinas) fazem parte integrante da vivência da população, que é acolhedora e simpática.

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Esse post não foi feito por nós. Por ser de ótima qualidade, decidimos postá-lo assim mesmo, sem mudanças. Foi retirado do blog http://cabo-verde-turismo.blogspot.com.br/.