Mas persistem, sobretudo nas ilhas de Boa
Vista, Santo Antão, Brava e São Nicolau, a tradição de danças outrora em voga
como o xotice, a contradança, a mazurca, o kanizade e a polka.
Com a Independência Nacional, ressurgia a
ideia da valorização das artes nacionais e, nessa senda, a dança ganhou
dimensão através do surgimento de alguns grupos, sobretudo na Praia e em São
Vicente.
Em termos mais contemporâneos, Cabo Verde tem
se afirmado na dança, graças ao Grupo Raiz di Polon. Uma companhia que sem
deixar de apresentar o tradicional cabo-verdiano, se afirma internacionalmente
com a estilização do bailado moderno, próximo às performances de ballet e de
artes cénicas. De destacar o papel de Mano Preto na afirmação dessa penetração
internacional.
Faunaná:
Como dança, o funaná é dançado aos pares,sendo
ela a mais frenética e rápida das danças de pares .Nesta dança o cavalheiro
enlaça o parcero com um braço , enquanto que com o outro braço mantêm as mãos
dadas. A dança é efetuada imprimindo rápidas e fortes flexões alternadas de
cada um dos joelhos, marcando os tempos do compasso. No modo de dançar mais
rural, os corpos são jogados para frente para frente (havendo contacto nos ombros), e
os pés levantam-se do chão. Antigamente, qualquer que fosse a festa (um
casamento, um batizado, uma festa religiosa) era sempre ao som deste ritmo.
Pode ser dançado a par ou individualmente. É uma dança quente, apaixonante,
acelerada individualmente.
Morna:
Como dança, a morna
é o estilo mais lento da dança traduzindo
os sentimentos do povo caboverdiano
como, por exemplo, a tristeza, a nostalgia e os problemas
existentes. constitui uma dança de salão, dançada aos pares. O cavaleiro enlaça
o parceiro enquanto que com o outro braço mantêm as mãos dadas. A dança é
efectuada imprimindo duas oscilações do corpo, para um lado, num compasso da
música, enquanto que no compasso seguinte as oscilações são feitas para o outro
.Os passos são feitos em marcação quaternária (dois passos à frente, dois
passos atrás). Trata-se verdadeiramente de um símbolo nacional, do mesmo modo
que o tango é para a Argentina, a rumba para Cuba, o fado para Portugal,
etc.
Coladeira:
Como dança, a coladeira constitui uma dança
de salão, dançada aos pares. É um estimlo mais vivo que a morna Os executantes
dançam com um braço a enlaçar o parceiro enquanto que com o outro braço mantêm
as mãos dadas. Em que o cavalheiro e a dama é relacionada
ao arrastar de pés, com momentos de improvisação do cavalheiro que se afasta
sob o olhar da dama . A dança é efetuada imprimindo duas
oscilações do corpo e uma ondulação dos ombros, para um lado.
Mazurca:
A
mazurca é
uma
dança tradicional
de origem
polaca, feita por pares formando figuras e
desenhos diferentes, em compasso de ¾ e tempo vivo. Originada das cortes
europeias .Característico é o ritmo pontuado, com acento típico no 2º e 3º
tempo do compasso.
Em que o
papel dos pares está
ligado à
movimentação em grupo .A mazurca era frequentemente utilizada pelos
compositores da
Polonia da era romântica,
Chopin,
Moniuszkoomo ou
Wieniawski.Gêneros dançados,
sobretudo nas ilhas Santo Antão, Boavista e São Nicolau.
Cola:
Como dança, o colá é tradicionalmente
executado num desfile de rua. Pares de dançarinos executam um movimento marcado
pelo tempo forte do ritmo, com rodopios e com avanços e recuos.
Batuque:
Como dança, o
batuque tradicional desenrola-se segundo um ritual preciso.
Numa sessão de batuque, um conjunto de intérpretes (quase
sempre unicamente mulheres) organizam-se em círculo num cenário chamado terreru.
Esse cenário não tem de ser um lugar específico, pode ser um quintal de uma
casa ou no exterior, numa praça pública, por exemplo.
A peça musical começa com as executantes (que podem ou não
ser simultaneamente batukaderas e kantaderas)
desempenhando o primeiro movimento, enquanto que uma das executantes dirige-se
para o interior do círculo para efectuar a dança. Neste primeiro movimento a
dança é feita apenas com o oscilar do corpo, com o movimento alternado das
pernas a marcar o tempo forte do ritmo.